quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Peru registra agravamento de crise política


 

LIMA (Reuters) - Enquanto o Peru passa de uma crise política a outra, o país explode em protestos, com pelo menos sete mortos na última semana e a fumaça de incêndios e gás lacrimogêneo pairando sobre as ruas da capital Lima. O final da crise parece distante.

A centelha da agitação atual foi a deposição e prisão do líder de esquerda Pedro Castillo depois de sua tentativa de dissolver o Congresso de forma ilegal, após um impasse de meses no qual os parlamentares tentaram um impeachment por três vezes, finalmente removendo-o do cargo na última tentativa.

O Peru tem sido uma das estrelas econômicas da América Latina no século 21, com o forte crescimento econômico retirando milhões de pessoas da pobreza. Mas a turbulência política cada vez mais ameaça descarrilar sua estabilidade econômica, com as agências de classificação alertando para rebaixamentos, bloqueios de rodovias afetando grandes minas do segundo maior produtor de cobre do planeta e manifestantes exigindo a renúncia do Congresso e da nova presidente, Dina Boluarte.

Para aqueles que observam o país de perto, não deveria haver surpresa. Os eleitores estão fartos das constantes lutas políticas internas, que viram seis presidentes nos últimos cinco anos e sete tentativas de impeachment.

O Congresso unicameral altamente fragmentado é odiado, com um índice de aprovação de apenas 11%, de acordo com o instituto de pesquisas Datum. A marca é inferior à de Castillo, que, apesar de uma série de acusações de corrupção, tinha 24% de aprovação pouco antes de ser afastado.

"O povo peruano está exausto de todas as maquinações políticas, do crime, da incerteza e do crescimento estagnado", disse Eric Farnsworth, vice-presidente do Council of the Americas and Americas Society.

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